domingo, 27 de julho de 2014

Largar-se

No mundo. Do mundo. Os dois lados em que transitamos daquilo que transgride nossas vontades e possibilidades. Daquilo que se apresenta como real e ideal aos nossos olhos. Tudo o que queremos, alcançamos, perdemos, misturados num bolo de sensações e dúvidas. Tão mais fácil escolher entre morango e chocolate. Preto ou branco. Quando é assim ainda podemos encontrar uma alternativa, combinações que não nos faça sentir as perdas em cada lado. Mas quando se trata dela, quando se trata de fazer sua vontade e não conviver com sua voz questionando, incomodada com aquilo que insistimos em considerar certo - sabe-se lá por qual razão; quando se trata dela, não é tão fácil fazer ou desistir. Um universo de porquês tranca o caminho de nossa alma. Encontrar a ponta do nó e desenrolar-se da auto culpa. Destrinchar-se do que vai além do orgânico.

Deixa seu coração bater mais forte outra vez! Deixa que seja só por uns minutos. Deixa que seja só Sua verdade. Talvez você esteja ali sozinha. Faz parte entender que o mundo que idealiza mora unicamente em suas vontades. É isso, é e será sempre assim. A pele que espera, reage de outra maneira. Ela já sabe o que lhe espera. Todo o resto tenta te proteger, mas ela te trai e convence cada pedacinho seu, que pelo menos ali você está livre até mesmo de você. A descoberta já foi. A corrente elétrica já passou do meu [ em meu] corpo e lançou-se de [em] cada toque meu. Torna-se especial o que permitimos importância. E a importância é sua e de mais ninguém, inclusive até do que se considera importante. Mais uma vez é o seu mundo quem dita as regras, mais uma vez ele te dá os comandos do  querer, ele só não tem o poder de tornar isso uma verdade para o mundo que te cerca. Esse é além do seu ideal. É o real te esfregando na cara que você não tem escolhas sobre as escolhas de mais ninguém, e na maioria das vezes não tem escolhas sobre suas próprias vontades. Então, o que considerar real e ideal? O corpo pré-programado concluiu-se desconexo e certo de que seu mundo confundiu-se com o que o mundo parecia lhe oferecer. Essa mania de sentir tudo quente ou frio, essa recusa em aceitar o morno do café. Que assim seja. Que o amarelo do meu sol seja sempre mais forte que o cinza que insiste em me invadir. 23/07/2014.

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